Em Belo Horizonte, os vereadores @wanderleyporto e @janainaecardoso se elegeram usando a causa animal. No entanto, estes vereadores estão sob suspeita após receberem doações expressivas de figuras ligadas ao agronegócio e à mineração. Vale ressaltar que esses setores frequentemente estão associados a impactos ambientais e prejuízos à fauna silvestre.
Entre os principais financiadores está Nilo Antônio Soares Norden, associado ao clube de caça e tiro e alto executivo do setor de mineração. Nilo contribuiu com R$50.000 para cada um , sendo o maior doador pessoa física de uma das campanhas e o segundo da outra. Norden é conhecido pela atuação na Cedro Mineração Ltda, empresa envolvida em operações que têm gerado significativo impacto ambiental em Minas Gerais.
No caso do Wanderley, a maior doação veio de Edward Munson Mason II, um megaempresário com atuação no agronegócio e na mineração. Edward contribuiu com R$150.000 para sua campanha. Não coincidentemente, ambos os vereadores têm evitado posicionar-se sobre questões críticas como a mineração na #SerradoCurral, um ecossistema ameaçado pela atividade mineradora.
Além disso, a situação se torna ainda mais contraditória ao considerar os partidos aos quais os vereadores pertencem. Janaina Cardoso é filiada ao @uniaobrasil44, partido de extrema direita com perfil ruralista e conhecido por seu antagonismo às pautas ambientais, enquanto o vereador Wanderley Porto é do @oficialprd25, outro partido de extrema direita formado pelos antigos @ptbnacional14 e Patriota.
Para quem defende a “causa animal e ambiental”, aceitar financiamento de figuras associadas à caça e à mineração vai totalmente na contramão dos valores que ambos prometem representar, não por menos, suas campanhas são amplamente focadas em cachorrinhos e gatinhos, animais que não conflitam com os interesses de seus doadores.